No dia 01 de abril de 2024 aconteceu no IFRS campus Erechim o III Ciclo de Debates Memória e Democracia, organizado pelo Grupo de Pesquisa Sítios de Memória e Democracia (IFRS/REBRAPESC), reunindo estudantes do Ensino Médio Integrado e demais interessados.
Por ocasião da rememoração dos 60 anos do Golpe Civil-Militar de 1964, e tendo como questionamento as continuidades que tornaram possível a tentativa de Golpe de Estado em 08 de janeiro de 2023, a atividade propôs discutir sobre o contexto atual das políticas públicas de memória no país, bem como os avanços e retrocessos do Estado Brasileiro no reconhecimento e na reparação às graves violações cometidas nos mais de 20 anos de não democracia no país.
Com a participação de Giovane Rodrigues Jardim e Miguelângelo Corteze, docentes do IFRS campus Erechim, e de Guilherme Schons que é estudante de história da UFFS, bem como de convidados virtuais, a atividade se insere na programação nacional promovida pela Rede Brasileira de Pesquisadores de Sítios de Memória e Consciência (REBRAPESC), membra acadêmica da Coalition of Sites of Conscience (ICSC or “the Coalition”). Soma-se também às centenas de atividades realizadas pelo país na Agenda de eventos sobre os 60 anos do golpe de 1964 - Remoer a Ditadura para consolidar a Democracia – organizada pela Coalizão Brasil por Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Democracia.
Na avaliação do professor Giovane Rodrigues Jardim, que atualmente também é vice coordenador da REBRAPESC, “É importante ter presente a diferença entre comemorar e rememorar. Podemos comemorar a democracia, a reconquista e a luta por direitos, e recentemente, a forma republicana com que as instituições brasileiras resistiram, à luz da Constituição Cidadã, a uma nova tentativa de Golpe de Estado. Mas a rememoração do Golpe Civil-Militar de 1964, que tornou possível a deposição de um presidente e o início de um longo período de exceção no país, é cada vez mais necessário tendo em vista a necessidade do reconhecimento das graves violações aos direitos humanos perpetuadas, mas sobretudo, para que as novas gerações também compreendam o que o autoritarismo de Estado representa para toda uma coletividade que foi lesada em direitos, em esperanças, em horizontes políticos. Rememorar nesse contexto é trazer à memória estes acontecimentos, é contrapor-se a sua naturalização e justificação no presente, é em tempos democráticos uma atitude de responsabilidade com o passado”.
Como ato simbólico contra a censura de ideias e de livros como o que tem ocorrido em diferentes estados brasileiros, o Grupo de Pesquisa Sítios de Memória e Consciência doou um exemplar da obra O Avesso da pele (de Jeferson Tenório) para a Biblioteca do IFRS campus Erechim.
Informações sobre o grupo de pesquisa e das atividades da REBRAPESC podem ser acessadas em: https://www.rebrapesc.com.br/grupos-de-pesquisa
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